Sofia Aparício descreve momentos de horror: mira apontada à cabeça em detenção israelita

Sofia Aparício contou que viveu momentos de verdadeiro terror durante a sua participação numa flotilha humanitária com destino à Faixa de Gaza. Segundo o seu relato, foi sequestrada, atirada ao chão, insultada e chegou a ter uma mira apontada à cabeça pelas autoridades israelitas.

A atriz e antiga modelo foi uma das quatro portuguesas que integraram a missão humanitária — juntamente com Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Diogo Chaves — com o objetivo de romper o bloqueio israelita e levar ajuda à população palestiniana. A flotilha acabou por ser intercetada pelo exército israelita, e todos os ativistas foram posteriormente detidos.

Em entrevista ao programa “Dois às 10”, na TVI, Sofia relatou os momentos mais difíceis da sua detenção. Contou que, no momento da interceção, foi derrubada ao solo e mantida numa posição humilhante por longos minutos. Recordou ainda que assistiu a agressões contra outros detidos, sem poder intervir.

A artista descreveu o processo de revista como violento, feito sob gritos, empurrões e coação. Foi obrigada a permanecer durante horas num espaço reduzido e gelado, sem explicações nem assistência legal. As condições da prisão, segundo a própria, eram desumanas, marcadas por frio extremo, privação de sono e constante intimidação.

Sofia revelou ainda que chegou a temer pela própria vida. Disse que teve uma arma apontada à cabeça e que, mesmo em pânico, só mais tarde se apercebeu da gravidade do que tinha vivido. “Naquele momento só funcionam os instintos de sobrevivência”, confessou.

A libertação dos quatro portugueses ocorreu a 5 de outubro, após negociações diplomáticas e pressão internacional. O episódio deixou marcas profundas em todos os envolvidos e reacendeu o debate sobre a atuação das forças israelitas em zonas de conflito.

Reflexão final

Este testemunho forte e angustiante de Sofia Aparício recorda-nos como os conflitos humanitários expõem seres humanos ao pior da violência: humilhações, medo e desrespeito à dignidade. Quando uma pessoa comum parte para uma missão de ajuda e termina nessas condições, somos confrontados com a urgência de defender os direitos humanos mesmo em zonas de guerra. Que este relato inspire empatia, solidariedade e ação — para que atrocidades similares não voltem a acontecer com quem apenas tenta levar ajuda.

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