Mariana Mortágua envia mensagem comovente à família: “Mãe, estou bem, mas não nos trataram bem”
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, enviou uma mensagem emocionada à família depois de ter sido detida em Israel, na sequência da participação numa flotilha humanitária com destino à Faixa de Gaza. A dirigente política, que se encontra presa juntamente com outros ativistas, garantiu estar bem física e psicologicamente, mas denunciou as más condições a que foi sujeita desde a sua detenção.
A detenção aconteceu na passada quarta-feira, quando a embarcação em que seguia foi intercetada pelas autoridades israelitas antes de chegar ao destino. Mariana Mortágua foi depois levada para um centro de detenção, onde partilha cela com mais 12 ativistas, entre os quais a atriz Sofia Aparício e os portugueses Miguel Duarte e Diogo Chaves.
Através do cônsul de Portugal em Israel, que a visitou juntamente com a embaixadora Helena Paiva, Mariana fez chegar notícias à mãe e à irmã, Joana Mortágua, também dirigente do Bloco de Esquerda. Na mensagem, que Joana partilhou nas redes sociais, Mariana descreve a sua situação:
“Mãe, estou bem, mas não nos trataram bem. Ficámos sem comida nem água durante 48 horas. Convoquem uma manifestação e contactem a Joana T. e o Bloco de Esquerda.”
Segundo o relato transmitido pela família, Mariana mantém a determinação e a força de sempre, apesar das condições adversas. O cônsul português confirmou que a dirigente está bem de saúde, ainda que tenha apresentado queixas sobre a forma como foi tratada desde o momento da detenção.
A embaixadora Helena Paiva confirmou também que todos os cidadãos portugueses detidos estão em segurança, mas alertou para as condições “difíceis e duras” a que foram sujeitos tanto à chegada ao porto de Ashdod como nas instalações prisionais. O Ministério dos Negócios Estrangeiros português já reagiu, garantindo que está a acompanhar a situação de perto e que será apresentada uma reclamação formal junto das autoridades israelitas.
Mariana Mortágua e os restantes ativistas encontram-se atualmente na prisão de Saharonim, no deserto de Negev, e deverão ser deportados para Portugal no início da próxima semana, regressando assim à Europa depois de dias marcados por tensão e resistência.
Reflexão final
O caso de Mariana Mortágua traz à tona a importância de nunca nos esquecermos dos princípios que defendemos, mesmo nas situações mais adversas. A sua coragem em participar numa missão humanitária, mesmo correndo riscos pessoais, lembra-nos que a solidariedade e a defesa dos direitos humanos não têm fronteiras. As palavras dirigidas à mãe – simples, mas poderosas – mostram a humanidade por trás da luta política: por mais forte que alguém seja, a injustiça dói e deve ser denunciada. Talvez este episódio nos leve a refletir sobre o papel que cada um de nós pode desempenhar na construção de um mundo mais justo e solidário.
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