O humorista angolano Gilmário Vemba anunciou este domingo, a partir do aeroporto de Maputo, que o espetáculo previsto na capital moçambicana foi cancelado. A apresentação, que seria realizada em conjunto com o comediante português Hugo Sousa e o brasileiro Murilo Couto, não se concretizou devido à proibição de entrada no país.
“Infelizmente não vamos conseguir realizar o espetáculo”, afirmou Vemba através de uma transmissão em direto no Instagram, explicando que os três aguardavam desde as 14h00 locais (13h00 em Lisboa) pela autorização para entrar em Moçambique, mas foram barrados pelas autoridades, sem explicações sobre os motivos.
Espetáculo com Lotação Esgotada Cancelado
De acordo com informações de uma fonte ligada à produção do evento, o espetáculo do grupo “Tons de Comédia”, com casa cheia no Centro Cultural China Moçambique, estava marcado para as 17h00 locais (16h00 em Lisboa). A organização confirmou o reembolso dos bilhetes aos fãs que já tinham adquirido entradas.
Gilmário Vemba, que vive atualmente em Portugal, já tinha atuado em Moçambique anteriormente, sem qualquer incidente.
Contexto Político Pode Ter Influenciado?
Dinis Tivane, assessor do político Venâncio Mondlane, usou as redes sociais para afirmar que Vemba foi “impedido de entrar em Moçambique por expor as suas opiniões”.
Recorde-se que, no início de julho, Vemba esteve reunido com Mondlane, em Lisboa, partilhando publicamente mensagens relacionadas com o termo “Anamalala” — uma expressão da língua macua, usada pelo político durante a campanha para as eleições de 2024, e que se tornou símbolo de protestos contra os resultados eleitorais.
Desde as eleições de outubro de 2024, Moçambique tem vivido um clima de tensão social, com protestos e confrontos violentos. Estima-se que cerca de 400 pessoas perderam a vida em conflitos com as forças de segurança, segundo organizações não-governamentais.
Reflexão Final
Este incidente levanta questões importantes sobre a liberdade de expressão e o impacto das posições políticas na atividade cultural. O impedimento de entrada de artistas internacionais em Moçambique pode ter implicações na imagem do país e no intercâmbio cultural. Será que este episódio se trata apenas de um problema burocrático, ou reflete uma tentativa de silenciar vozes críticas?
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