Mariana Mortágua deixa liderança do Bloco de Esquerda


Mariana Mortágua anuncia que não se recandidatará à coordenação do Bloco de Esquerda. A decisão foi comunicada numa carta aos militantes, onde reconhece não ter cumprido os objetivos traçados.

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🗳️ Fim de ciclo na liderança do BE

Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda desde maio de 2023, anunciou que não se irá recandidatar ao cargo. A decisão foi comunicada este sábado, 25 de outubro de 2025, através de uma carta enviada aos militantes do partido. Mortágua reconhece que, ao fim de dois anos e meio de mandato, não conseguiu cumprir os objetivos políticos e organizativos que se propôs alcançar.

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📉 Balanço político e razões da saída

Na carta, a economista de 39 anos admite que a direção que liderou não conseguiu inverter a “excessiva centralização da estrutura do Bloco” nem gerar “um novo impulso político e eleitoral”. Refere ainda que a precipitação de sucessivas campanhas eleitorais prejudicou a reflexão interna e a renovação do partido.

> “Considero que esse objetivo não foi cumprido. Não apenas porque continuou a redução do espaço eleitoral do Bloco, mas também porque a renovação que então fizemos não se revelou suficiente para relançar a nossa intervenção social.”

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🧭 O futuro do Bloco e a próxima convenção

A XIV Convenção Nacional do Bloco de Esquerda está marcada para os dias 1 e 2 de novembro, em Lisboa. Caberá às moções apresentadas definir alternativas de liderança. Mortágua sublinha que a pluralidade interna é uma força do partido e que continuará a contribuir como militante.

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📊 Resultados eleitorais e contexto político

Sob a liderança de Mortágua, o Bloco enfrentou o seu pior resultado de sempre nas legislativas de maio de 2025, elegendo apenas uma deputada — a própria coordenadora. Nas autárquicas deste mês, o partido passou de cinco vereadores e 94 deputados municipais para apenas uma vereadora em Lisboa e 17 representantes em câmaras e freguesias.

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📝 Reflexão: A coragem de reconhecer limites

A decisão de Mariana Mortágua revela maturidade política e respeito pela militância. Num tempo de polarização e desgaste da esquerda, reconhecer falhas e abrir espaço à renovação é um gesto raro e necessário. O Bloco enfrenta agora o desafio de se reinventar, com novas vozes e novas estratégias, sem perder a coerência que o define.

A política é feita de ciclos. E este encerra-se com dignidade.

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Fontes:  

- Diário de Notícias  

- Jornal de Negócios  

- ECO



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