Pedro Chagas Freitas recorda momento duro no hospital: “Faltou humanidade naquele instante”

O escritor Pedro Chagas Freitas voltou a recordar o período mais doloroso da sua vida: a luta do filho Benjamim contra uma rara doença no fígado. O menino esteve mais de três meses internado à espera de um dador, tendo recebido um transplante em julho do ano passado.

Nas redes sociais, o autor partilhou um desabafo sobre o momento em que o filho foi anestesiado antes da cirurgia:

“Não era a primeira vez, mas nunca se esquece. Ver os olhos do nosso filho fecharem-se, sentir a consciência a desaparecer... É uma dor que fica gravada na alma de um pai e de uma mãe. Naquele instante, qualquer palavra ou gesto pode ser decisivo, porque a força quase não existe. O enfermeiro não foi desumano, mas faltou-lhe humanidade”, escreveu.

Pedro Chagas Freitas explicou que manteve a testa colada à do filho até ao último instante:

“Disse-lhe que o amava acima de tudo, que era o mais forte, o meu herói. Quando a anestesia fez efeito e os olhos reviraram, senti que tudo em nós desaparece naquele segundo. Ali, para um pai, é sempre uma despedida. Nunca sabemos se vamos voltar a vê-los abrir os olhos.”

O escritor lamentou a frieza com que foi tratado por um profissional de saúde:

“‘Faça favor de sair, queremos trabalhar’. Foi seco, áspero, vazio. Só queria olhar o meu menino mais uma vez. Saí dali despedaçado. Um bom profissional não é apenas competente: é humano. A empatia é o maior talento de qualquer pessoa”, sublinhou.

Apesar da tristeza, Pedro Chagas Freitas mostrou compreensão:

“Não fiquei revoltado. Quero acreditar que talvez estivesse cansado, a viver as suas próprias batalhas. Mas eu estava a viver a minha: ser pai. E o trabalho de um pai é amar e proteger. Nunca me vou demitir dessa missão.”

Reflexão

O testemunho de Pedro Chagas Freitas é um lembrete poderoso da importância da empatia, sobretudo em ambientes onde a vida está em jogo. A técnica e o profissionalismo são essenciais, mas é a humanidade que marca a diferença. Para os pais, cada segundo conta e cada gesto pode aliviar uma dor imensurável. No fundo, a verdadeira grandeza está em conjugar competência com compaixão.


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