Dedicava a vida a cuidar dos idosos: a portuguesa que morreu no Elevador da Glória ao sair do trabalho

Sandra Coelho: Uma Vida Dedicada a Cuidar dos Idosos

Sandra Coelho dedicou-se inteiramente aos cuidados dos idosos na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Era uma presença constante, entregue e generosa — e foi vítima do trágico acidente no Elevador da Glória. Tinha acabado de sair do trabalho quando a fatalidade aconteceu.

Outras Vítimas Portuguesas Identificadas

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Entre as vítimas portuguesas estão também:

  • Pedro Manuel Alves Trindade – professor na Escola Superior de Hotelaria e Turismo, ex-árbitro e dirigente na Federação Portuguesa de Voleibol;

  • Alda Matias – jurista que desempenhava funções nos serviços centrais;

  • Ana Paula Lopes – natural de Proença-a-Nova, casada e mãe dedicada;

  • André Jorge Gonçalves Marques – guarda-freio do elevador, o primeiro nome confirmado, que deixa dois filhos menores.

Um Acidente que Tocou o País

Até ao momento, há confirmação oficial de cinco vítimas portuguesas entre as 16 mortes registadas no acidente. Entre as vítimas encontram-se ainda cidadãos de outras nacionalidades, incluindo sul-coreanos, suíços, britânicos, canadianos, ucranianos, americanos e franceses.

As famílias das vítimas portuguesas aguardam o desfecho da investigação antes de avançar com qualquer pedido de indemnização.

Reflexão Final

Este trágico acontecimento reabre feridas antigas: os alertas frequentes sobre a manutenção dos elevadores de Lisboa, incluindo um incidente anterior em 2018, mostram que sinais não podem ser ignorados. A história de Sandra Coelho representa a dedicação às pessoas, a missão quotidiana transformada em perda irreparável — mas não deveria ter sido em vão.

O Elevador da Glória não é apenas um meio de transporte; é um símbolo da cidade, do seu passado e da sua vida ativa. Tornou-se também símbolo da negligência: um infeliz exemplo de como a beleza e a tradição não devem escusar uma segurança rigorosa. O sofrimento das famílias, a comoção nacional que se seguiu, o luto e o clamor por responsabilidade — tudo isso exige uma reflexão séria: até que ponto deveremos sacrificar a segurança em nome da nostalgia?

As despedidas que fizemos — à Sandra, ao Pedro, à Alda, à Ana, ao André — não devem esbater-se em vão. Cada uma dessas vidas dedicadas exige que aprendamos com este desastre. A manutenção rigorosa, a transparência nas responsabilidades, a coragem para questionar e reformar são os mínimos para honrar as suas memórias. Sem isso, arriscamo-nos a repetir a mesma tragédia, sob camadas de pétalas ou de simbolismo, mas com os mesmos nomes, as mesmas perdas, a mesma dor.



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