Dalila Carmo revela condição de saúde: "Ficamos às portas da morte"

A atriz partilhou pela primeira vez que sofre de epilepsia, recordando episódios traumáticos que marcaram a sua carreira e a sua vida pessoal.

Dalila Carmo, uma das mais reconhecidas atrizes portuguesas, decidiu quebrar o silêncio sobre um tema que, durante anos, manteve em segredo. Aos 51 anos, revelou pela primeira vez sofrer de epilepsia, uma condição crónica que lhe trouxe momentos de grande sofrimento e condicionou a sua carreira.

A confissão foi feita no podcast Fala com Ela, de Inês Meneses, na Antena 1, onde recordou o episódio que mudou a sua relação com o teatro: “Desmaiei em palco e foi uma experiência profundamente traumática. Desde então, fiquei com medo de voltar a passar por algo semelhante. Durante muito tempo, só aceitei trabalhar rodeada de pessoas da minha confiança, porque esta condição não depende de mim.”

O primeiro episódio ocorreu no início dos anos 2000, mas apenas recentemente Dalila conseguiu lidar melhor com a situação. Ainda assim, confessou que a sensação de fragilidade nunca desapareceu: “É terrível sentir o corpo a falhar, a pressão arterial a cair e ficarmos com a sensação de estar às portas da morte. São momentos em que nos sentimos impotentes e vulneráveis.”

A atriz explicou que a epilepsia não só afeta o corpo, mas também a mente e a capacidade de trabalho: “Não consigo fazer várias coisas em simultâneo. Tenho de aceitar que o meu corpo tem limites e que não sou uma máquina. É frustrante, mas preciso de respeitar os sinais que me dá.”

Dalila contou ainda que o acompanhamento médico é essencial e que, embora consiga antecipar alguns episódios, continua a viver com a incerteza: “A medicina não sabe explicar tudo. Já aprendi exercícios que me ajudam a controlar a situação, mas nunca sei quando pode acontecer novamente. Há sempre um risco.”

A atriz sublinhou que o silêncio em torno da sua condição foi imposto por receios externos: “Diziam-me para não falar sobre isto porque podia perder trabalho. Durante anos vivi encolhida, como se fosse um segredo vergonhoso. Hoje percebo a importância de dar voz a esta realidade, para que as pessoas à nossa volta saibam como agir.”


Reflexão Final

O testemunho de Dalila Carmo revela a coragem de transformar a vulnerabilidade em força. Ao partilhar a sua experiência, abre espaço para que outras pessoas com condições de saúde semelhantes se sintam menos sozinhas. A sua história lembra-nos que aceitar os limites do corpo não é sinal de fraqueza, mas sim de sabedoria. Afinal, viver com consciência das nossas fragilidades é também uma forma de viver com mais autenticidade e plenitude.

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