Tragédia na Guarda: Ex-autarca Carlos Dâmaso morre a combater as chamas e amigo fica em estado crítico

Portugal vive um dos verões mais devastadores de que há memória, e esta sexta-feira, 15 de agosto, a tragédia atingiu de forma irreversível a comunidade de Vila Franca do Deão, no distrito da Guarda.

Carlos Dâmaso, antigo autarca da freguesia e candidato às eleições de outubro pelo Movimento Independente, perdeu a vida enquanto tentava combater o fogo. Desaparecido desde as 10h30, o seu corpo foi encontrado carbonizado, confirmando-se o pior cenário.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, confirmou a morte à agência Lusa, lamentando profundamente a perda de uma figura conhecida e estimada da região.

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Ferido grave na mesma localidade

Ao lado de Carlos Dâmaso encontrava-se um amigo que também lutava contra as chamas. Gravemente ferido, foi inicialmente transportado para o Hospital da Guarda, sendo depois transferido para o Hospital de Coimbra devido à gravidade das queimaduras.

Pedro Prata, presidente da Junta de Freguesia, descreveu Carlos Dâmaso como “uma pessoa amiga e dedicada à comunidade”, deixando palavras de tristeza e indignação pela tragédia.

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Incêndios sem controlo

De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, os incêndios deste ano já consumiram mais de 60 mil hectares. Bombeiros e voluntários têm enfrentado frentes de fogo extremamente perigosas, como em Satão (Viseu), onde quatro operacionais ficaram feridos na quinta-feira.

Regiões como Arganil, Oliveira do Hospital e Lousã continuam sob forte ameaça, com aldeias evacuadas e populações a ajudar diretamente na linha de fogo.

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Reforço europeu

A Proteção Civil confirmou que foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil até 18 de agosto, com o envio de aviões Canadair para tentar controlar as chamas que se multiplicam por todo o território.

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Reflexão final

A morte de Carlos Dâmaso é um lembrete doloroso da coragem silenciosa de tantos homens e mulheres que, sem serem bombeiros profissionais, colocam a própria vida em risco para proteger as suas terras e vizinhos. Portugal enfrenta não apenas uma crise ambiental, mas também um teste à sua solidariedade e união. Que esta perda não seja em vão e inspire mudanças reais na prevenção e combate aos incêndios.